Publicado em 12/12/2020
O mercado imobiliário vive um ‘boom’ no Brasil, ritmo registrado também em Santa Catarina. A última pesquisa sobre intenção de compra realizada pela consultoria Brain Informação Estratégica entre 25 de outubro e 5 de novembro mostra que o interesse pela aquisição de imóveis voltou ao patamar pré-pandemia. Em SC, no mês de fevereiro deste ano, 43% dos entrevistados informaram que tinham intenção de comprar imóvel, em abril caiu para 20% e agora, no início de novembro, chegou a 44%.
A pesquisa da Brain apurou também que no estado, 67% dos 400 entrevistados planejam adquirir um novo imóvel num prazo de dois anos. Desse grupo, 40% têm intenção de adquirir em 12 meses e, entre esses mais apressados, 9% pretendem comprar em até seis meses.
Entre os que desejam comprar imóvel em Santa Catarina, 47% planejam aquisição de casa e 35%, de apartamento. Os demais, buscam outras alternativas de imóveis unifamiliares. Chama a atenção em SC, também, os interessados em comprar imóvel para investir: 24%. Essa foi a segunda principal motivação, só atrás da primeira, de 31%, que é sair do aluguel. E 17% querem mudar para imóvel maior. Isso porque muitas famílias, durante a pandemia, concluíram que precisavam de mais espaço de convivência e até instalação de escritório para home office.
Três razões principais impulsionam mais negócios no setor imobiliário atualmente, explica o sócio e consultor da Brain, Marcos Kahtalian. A primeira é a baixa taxa Selic (mantida em 2% ao ano), que motiva mais investidores a comprar imóveis; a segunda é o custo do financiamento cerca de 30% mais barato que há dois anos; e o terceiro é a necessidade de imóvel maior.
- Nunca foi tão barato comprar um imóvel no Brasil se considerarmos a taxa de juro do financiamento. A pessoa paga atualmente 7% ao ano, o que era impensável há um ou dois anos atrás. Com o mesmo salário, é possível pagar a prestação de um imóvel de maior valor. Há dois anos, o juro anual do financiamento imobiliário era 10% e, há quatro anos, era 12% ao ano. É um juro que incide sobre um valor muito alto. Na média, a família consegue financiar um valor 30% maior hoje, o que é um impacto positivo importante –afirma o consultor.
Kahtalian diz também que o momento atual pode ser mais favorável do que no ano que vem para a compra de imóveis porque as unidades prontas ainda não têm a inflação de materiais de construção deste ano incluídas nos preços. Além disso, a taxa básica de juros Selic pode subir em 2021 e elevar o custo do financiamento, ou seja, o percentual de juro anual.
O mercado catarinense acompanhou o ritmo de maior demanda do setor imobiliário brasileiro, até superando em alguns segmentos a média nacional. O destaque do ano é o investimento em imóvel residencial. Nas cidades maiores, predomina a oferta e procura por apartamentos prontos ou em construção, onde podem investir os 35% interessados nesse tipo de unidade.
Uma grande empresa de Empreendimentos Imobiliários, de Florianópolis, que oferece apartamentos de luxo na Beira-Mar Norte, uma das regiões com metro quadrado mais valorizado do Brasil, registrou crescimento de 30% na procura de imóveis desde o início da pandemia, informou o diretor da empresa. O segmento de imóveis de alto padrão foi o primeiro a ter demanda aquecida este ano. O consumidor desse produto busca diferenciação em todos os aspectos, informou o empresário.
A retomada do crescimento econômico apesar da Covid-19 fez com que um número maior de pessoas perdesse o medo de ficar desempregadas. Por isso, consumidores de todas as faixas de renda retomaram o plano da casa própria. Uma das empresas que sentiram o impacto dessa mudança foi uma grande Construtora e Incorporadora, de Criciúma, que decidiu trabalhar no segmento de apartamentos com preços mais acessíveis, para famílias com renda a partir de R$ 1.600, financiados pelo Minha Casa Minha Vida. O primeiro empreendimento na cidade, o Vila Francesa, com 128 apartamentos, foi totalmente vendido em dois meses.
Apesar dos imóveis verticais melhorarem a ocupação urbana, facilitando os serviços e a infraestrutura, a maioria dos catarinenses quer mesmo seguir vivendo em imóvel unifamiliar, isto é, em casa. De acordo com a pesquisa, a soma dos que têm intenção de morar em casas chega a 65% do total. Desses, 47% pretendem comprar casa em cidade, 10% focam casa em condomínio, 5% querem terreno em loteamento aberto, 2% buscam terreno em loteamento fechado e 1% pretendem comprar uma propriedade maior (chácara, sítio ou fazenda).
Fonte: NSC Total